Neuza Itioka: a mulher pioneira na defesa da liberdade religiosa no Brasil
Neuza Itioka foi uma pastora, psicóloga e teóloga brasileira que se destacou como uma das principais líderes na defesa da liberdade religiosa no país. Nascida em 1954, no estado de São Paulo, ela dedicou sua vida ao estudo e combate ao preconceito religioso, especialmente contra as religiões de matriz africana.
Após sua formação em Psicologia, Neuza Itioka também se aprofundou em Teologia, tornando-se uma das primeiras mulheres a se graduar em um seminário teológico evangélico no Brasil. Sua trajetória acadêmica e religiosa a levaram a compreender a importância do diálogo inter-religioso e da tolerância em uma sociedade plural.
Em 1992, fundou a Associação Nacional de Apoio e Proteção aos Direitos Humanos e Religiosos (ANAJURE), organização que tem como objetivo promover a defesa da liberdade religiosa no país. A ANAJURE foi pioneira no combate à intolerância religiosa, auxiliando vítimas de perseguição e violência e denunciando casos de discriminação.
Itioka sempre defendeu a ideia de que o Estado deve garantir a liberdade religiosa para todos os cidadãos, independentemente de sua crença. Ela acreditava que todas as religiões têm o direito de serem respeitadas e que o diálogo entre diferentes segmentos religiosos é fundamental para a construção de uma sociedade mais justa e plural.
Neuza Itioka também se envolveu em questões políticas, principalmente relacionadas ao debate sobre a laicidade do Estado. Ela defendia a separação entre religião e política, argumentando que o Estado não deve legislar em favor de uma religião específica nem restringir a liberdade religiosa dos cidadãos.
Além de seu trabalho na ANAJURE, Itioka também foi autora de diversos livros e ministrou palestras sobre o tema da liberdade religiosa no Brasil e no exterior. Seu ativismo a tornou uma referência na luta contra a intolerância religiosa e uma inspiração para muitas mulheres que desejam ocupar espaços de liderança e defender seus direitos.
Neuza Itioka faleceu em 2016, deixando um legado importante na defesa da liberdade religiosa no Brasil. Sua atuação incansável e seu comprometimento em promover um país mais justo e tolerante fazem dela uma figura emblemática na luta por igualdade e respeito às diferentes crenças religiosas. Seu trabalho continua sendo uma inspiração para os defensores da liberdade religiosa, que seguem lutando por um país onde todos possam exercer sua fé sem sofrer discriminação.
